21 de junho de 2007

e q u i l i b r i o

não há quem consiga passar
sem olhar
quebrar o pescoço, admirar
ela é imã pros olhos
é cor caramelo, castanho e verde
é sorriso gigante e gargalhada
é perder equilíbrio na beirada
e pedir ajuda pra voltare
se sentir mais leve sem chinelos
e perder esparadrapo do dodói de leve
e não enxergar o esparadrapo no halls de melancia
(que de fato não havia)
é sentir voltar.
voltar a sentir.
quanto encanto é esse!
me faz sorrir.

18 de junho de 2007

...

a gente quer colocar tudo em palavras.
mas as palavras querem se colocar no lugar de tudo?

não.



e o silêncio nessas horas faz bem.

e uma hora passa...



passar bem.

12 de junho de 2007

sinto!

[Olhe para mim

Sinto frio

O chão gélido corta minha pele
A dor desanda meus pensamentos
Tremo
Já não sinto meus pés congelados pela brisa
Aqui, invisível sobre a lajota quadriculada
Balbucio, peço ajuda

Sinto medo

Enxergo apenas a janela estilhaçada
E em meio a névoa vejo o brilho do luar
refletido nas mínimas gotas de chuva
que molham meus lábios

Sinto a chuva

A fina garoa despedaça minha pele quebradiça
Cada milimetro de água atravessa minha carne
Umedece e faz arder toda ferida
E a água absorvida agora é sangue
Vida nesse corpo desolado, entristecido

Sinto fome

Mas não posso me mover neste estado
Me contorço, me esforço e não me movo
So alcanço o meu rosto em pedaços
Agarro meus olhos,
e com minha boca esfomeada os devoro

Sinto alívio

Estou tranquilo embora cego
Tudo para não ver esta neblina acinzentada
Sossego da memória e lembranças tenebrosas

Sinto sono
Durmo

Não sinto nada
Nem meu coração]

11 de junho de 2007

distância

se for ver do google earth
essa semana vai estar lá
um corrente bem brilhante
entre gramado e campo grande.
numa ponta um tanto de saudade,
vontade de ir junto, o apego
a vontade.
e lá do outro canto, cheia de felicidade
moça do coração que encanta,
conhecendo gramado, A cidade.
e essa corrente ninguém rompe
não há distancia que a quebre
é sentimento forte e tanto,
que ela pensa, sente.
e ele, do outro lado, escreve.

9 de junho de 2007

pow!


sorriso

agudo


angustia

revolta

interrogação
pensar

sem sentir

ferir

ácido
no olhar

família
grito contido
explosão


coração despedaça no


ar


espalha

palavras

flu tu



antes

7 de junho de 2007

Só?!


[mais charlie brown do que nunca ]

6 de junho de 2007

"se"




se a lágrima não cristaliza
e o sangue não coagula
se o coração não petrifica
e o sentimento não dissolve
se do sonho não acorda
e do desejo não foge
se o encanto não acaba
e se você fala, esconde e morde

um dia eu te digo
o quanto me encanta
um dia eu te peço
uma viagem só nossa
um dia, bem breve
quanto tudo tiver certeza sobre tudo
e se "se" não for duvidoso ou muito
a gente se entrega.




até a lua não consegue dormir
com a demora pelo momento certo

2 de junho de 2007

o que sobra da sombra





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vi minha sombra desenhada na parede.
mancha negra, grafitti de alma nos tijolos à vista.
eu me movia, mas a sombra continuava estática.
congelada. fazia pose para ser admirada.
queria uma fotografia. queria se desgrudar do corpo.
a sombra se agitava. mas não me seguia.
gritava por liberdade. se pudesse, fugia.
mas tinha um coração que grudava tudo. não permitia.
um corpo sem sombra, um amor sem a luz do dia.






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[imagem, releitura de Leaned por Marie Bertrand]