2 de junho de 2007

o que sobra da sombra





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vi minha sombra desenhada na parede.
mancha negra, grafitti de alma nos tijolos à vista.
eu me movia, mas a sombra continuava estática.
congelada. fazia pose para ser admirada.
queria uma fotografia. queria se desgrudar do corpo.
a sombra se agitava. mas não me seguia.
gritava por liberdade. se pudesse, fugia.
mas tinha um coração que grudava tudo. não permitia.
um corpo sem sombra, um amor sem a luz do dia.






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[imagem, releitura de Leaned por Marie Bertrand]

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