16 de setembro de 2008

03:17

três e dezessete da manhã

o sono precisa passar
gotículas leves de pensamento
escorrem pelo vidro do carro
(suspiros condensados)

as luzes das casas transpassam a névoa
e ofuscam o retrovisor
limito-me à linha reta
vejo a frente, nada vejo

a distância ainda é longa
e o destino inexato
sigo o fluxo, o tráfego
e me guio pelas estrelas

seu sopro, sua brisa.
mesmo longe, quero-te por perto.

calamistra-se

A trágica vida da moça do cabelo calamistrado.

A moça do cabelo calamistrado passava os dias deprecando por um guriguaçu pro almoço. Seu jeito de achamboada deixava claro que há dias não manducava nada. Sofria de ozostonia e ninguém com ela queria falar.
Para sobreviver virou ganhadeira, mas nunca se dispôs a qualquer atividade salaz. Era brasileira, moça de família, e estava coarctada as suas expectativas e ao que a terra lhe oferecia.
Cansada de tanto trabalho sobernal e devido a sua gravissima Ozostonia, só abria a boca para oscitar ou lavar a garganta com um gole de minduba. E de boca fechada, e o corpo em popuca, adquiriu um terrível vício, da quilofagia. E ficou com o rosto tão feio, que teve de viver a vida usando um bioco, para que as pessoas não achassem que ela estava o tempo todo fazendo careta.

----

Traduzindo:

A moça do cabelo crespo passava os dias suplicando por um bagre grande pro almoço. Seu jeito franzino, deixava claro que há dias não comia nada. Sofria com mau hálito e ninguém com ela queria falar.
Para sobreviver passou a fazer qualquer tipo de serviço, mas nunca se dispôs a qualquer atividade impura. Era brasileira, moça de família, e estava limitada as suas expectativas e ao que a terra lhe oferecia.
Cansada de tanto trabalho excessivo e devido a seu gravíssimo mau hálito, só abria a boca para bocejar ou lavar a garganta com um gole de pinga. E de boca fechada, e o corpo frágil, adquiriu um terrível vício, de morder os lábios. E ficou com o rosto tão feio, que teve de viver usando um capuz, para que as pessoas não achassem que ela estava o tempo todo fazendo careta.


----

Facilitando as coisas
(uma criança contando a historia)

A moça do cabelo toin-oi-oin queria pelo menos um peixinho pro almoço. Ela tava magrinha, não comia nada. E ainda por cima tinha um bafo de leão que não deixava ninguém falar com ela.
Pra ganhar dinheiro, fazia qualquer coisa, desde passar roupa até cuidar de criança, mas nunca fez safadeza não. Era moça direita e se contentava com pouco.
Trabalhava muito, e daí ficava muito muito muito cansada. E tinha o bafo fedido também... daí ela ficava com vergonha e não abria a boca pra nada. Só pra bocejar quando tava com sono, ou quando ia fazer o gargarejo de pinga pra ver se o bafinho sarava. Mas ela ficava com tanta vergonha que começou a morder os lábios. Mordia tanto, toda hora que começou a machucar tudo. FIcou feia! Teve que começar a viver todo dia com um capuz na cabeça pra que ninguem achasse que a cara feia dela era careta (risadas)
...foi isso que eu entendi né... (risadas)

sobre Citadels


se fez assassino e exterminou os ladrões. e ao tempo que restou construiu sua cidadela. e de tempos em tempos era mercador, bispo e arquiteto, tudo para que o desenvolvimento reinasse sobre sua terra. era ouro que queria, montanhas de ouro. não só em moedas, mas a coroa do rei. queria a majestade, queria o inicio do turno, queria as melhores escolhas. queria poder ser o mestre de guerra, e destruir, uma a uma as construções de cidades vizinhas. não, desde o princípio não tinha as melhores intenções, tinha as melhores táticas. e uma ou duas cartas na manga.

nemésegredosecreto

todos nos olham como se houvesse um segredo.
comentam, elogiam. invejam.
temos nosso mundo, nosso tempo e nosso código secreto de caretas, risadas e vontades.
e transparecemos, irradiamos e temos.
tudo isso que imaginam, querem, desejam.
somos sim, perfeitos.
é amor, não é segredo.

9 de setembro de 2008

amo

te ter por perto.

segredo.

Ainda ensinarei que os grandes segredos se escrevem ao contrário, para que só possam ser lidos quando em frente ao espelho.


!UIRAPOEUQATUP


não dá leitura?

================



--ufa!--

4 de setembro de 2008

E quando eu não assisto: Closer


Whaaaa!

Eu me lembro vagamente deste filme!

Um bando de gente louca e verborrágica acha que tudo é sexo, dinheiro e amores que dão errado.
E talvez me convenceram que é mesmo.

Ainda bem que minutos depois eu tinha esquecido de todo o filme, até do que tinham me convencido.

Eles são loucos.
INSANOS.

é legal pra ver isso. conflitos, falta de razão, emoção, incerteza.
pra depois achar algo muito mais sutil pra assistir e ocupar o espaço dessa tentativa de transcrição da realidade.

leveza é muito mais real.
e a realidade é muito mais quieta.

assistir isso é chegar perto demais das pessoas erradas.


(dica idiota: olhe fixamente para o poster do filme, sem desviar o olhar, por 30 segundos.
pronto!
a imagem se transforma num único rosto, com (OMG!) QUATRO OLHOS!!! é quase um monstro)

3 de setembro de 2008

E quando eu assisto: Um lugar chamado Notting Hill


Boas memórias, inveja, risos e vontades.
Tudo isso transborda a mente, querendo instantaneamente que eu pule, invada um jardim.

Sim, o jardim!
mesmo tanto tempo depois de ver o filme eu ainda lembro do jardim.
eles invadiram um jardim. o mais lindo de todos os jardins no MUNDO.

ja não tenho plena lembrança do roteiro, mas não vou me esquecer do jardim escuro. romântico. e fundamental pra me fazer apaixonar pelo filme.

e as ruas lotadas de portinhas que dão vontade de entrar. e casas que dão vontade de morar.
é tudo encantado. e as cores se encaixam.

a não ser é claro, que eu tenha confundido o filme de novo.
ahhh minha memória.

seja lá o que for, esse filme é supimpa, mas se não tiver esse jardim que eu to falando, ia ficar muuuuito mais supimpa com um jardim assim!


(pesquisando pela foto pra ilustrar o post, (é de uma ruela de Notting Hill), o lugar existe de verdade, e pra minha felicidade, é cheio de jardins. Lindos jardins encantados.)