sinto!
[Olhe para mim
Sinto frio
O chão gélido corta minha pele
A dor desanda meus pensamentos
Tremo
Já não sinto meus pés congelados pela brisa
Aqui, invisível sobre a lajota quadriculada
Balbucio, peço ajuda
Sinto medo
Enxergo apenas a janela estilhaçada
E em meio a névoa vejo o brilho do luar
refletido nas mínimas gotas de chuva
que molham meus lábios
Sinto a chuva
A fina garoa despedaça minha pele quebradiça
Cada milimetro de água atravessa minha carne
Umedece e faz arder toda ferida
E a água absorvida agora é sangue
Vida nesse corpo desolado, entristecido
Sinto fome
Mas não posso me mover neste estado
Me contorço, me esforço e não me movo
So alcanço o meu rosto em pedaços
Agarro meus olhos,
e com minha boca esfomeada os devoro
Sinto alívio
Estou tranquilo embora cego
Tudo para não ver esta neblina acinzentada
Sossego da memória e lembranças tenebrosas
Sinto sono
Durmo
Não sinto nada
Nem meu coração]
Um comentário:
Lindoo... >.>
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