12 de junho de 2007

sinto!

[Olhe para mim

Sinto frio

O chão gélido corta minha pele
A dor desanda meus pensamentos
Tremo
Já não sinto meus pés congelados pela brisa
Aqui, invisível sobre a lajota quadriculada
Balbucio, peço ajuda

Sinto medo

Enxergo apenas a janela estilhaçada
E em meio a névoa vejo o brilho do luar
refletido nas mínimas gotas de chuva
que molham meus lábios

Sinto a chuva

A fina garoa despedaça minha pele quebradiça
Cada milimetro de água atravessa minha carne
Umedece e faz arder toda ferida
E a água absorvida agora é sangue
Vida nesse corpo desolado, entristecido

Sinto fome

Mas não posso me mover neste estado
Me contorço, me esforço e não me movo
So alcanço o meu rosto em pedaços
Agarro meus olhos,
e com minha boca esfomeada os devoro

Sinto alívio

Estou tranquilo embora cego
Tudo para não ver esta neblina acinzentada
Sossego da memória e lembranças tenebrosas

Sinto sono
Durmo

Não sinto nada
Nem meu coração]

Um comentário:

Anônimo disse...

Lindoo... >.>