21 de janeiro de 2008

mania...

eu e minha mania de abrir o bloco de notas pra digitar.
ele não me limita, não tem espaços, erros ortográficos nem maíusculas automáticas.
é branco e letras.
nenhuma ação minha será modificada, pré-imaginada por um software errôneo.
eu e minha mania de não aceitar o pré-concebido e o imposto.
pra me sentir do contra. pra ser diferente.
e por achar muito esquisito que alguém fique reclamando incessantemente que você dá espaços em excesso nas frases.
eu e minha mania de exagerar.
exagerar nos espaços, no tempo e na paciência. exagerar nas palavras, no prato e nos elogios.
exagero que traz afeto e saudade. que não me deixa enxergar o certo. e que acaba me fazendo
exagerar no silêncio.
o mundo é quieto e tímido. as pessoas só falam contigo em troca de um sorriso ou um bom dia. pessoas que falam demais vão contra o mundo.
eu sou exagerado, e não aceito o imposto, mas falo pouco.
sou controverso, ao tempo de querer falar como o mundo, mas não andar como ele.
eu e minha mania de não ser acessivelmente comunicável.
talvez porque a contraversão me faz ser diferente.
mas também porque é estranho, catético e caótico (?) que seja uma obrigatoriedade (insustentável, diga-se de passagem) que as pessoas precisem se cumprimentar quando se veem.
sorrir quando se encontram. e serem gentis apenas porque se conhecem.
ois e bom dias não são sinceros, não dizem o que eu quero dizer e são como os parágrafos
automáticos do programinha de texto.
quem disse que eu quero esse espaço vago bem no início da
frase?
eu e minha mania de olhar pro nada, virar pro lado, quando vejo alguém.
eu não sou uma pessoa legal, e decidi parar de tentar parecer ser.
mas é tão dificil tentar mudar.

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