16 de setembro de 2008

calamistra-se

A trágica vida da moça do cabelo calamistrado.

A moça do cabelo calamistrado passava os dias deprecando por um guriguaçu pro almoço. Seu jeito de achamboada deixava claro que há dias não manducava nada. Sofria de ozostonia e ninguém com ela queria falar.
Para sobreviver virou ganhadeira, mas nunca se dispôs a qualquer atividade salaz. Era brasileira, moça de família, e estava coarctada as suas expectativas e ao que a terra lhe oferecia.
Cansada de tanto trabalho sobernal e devido a sua gravissima Ozostonia, só abria a boca para oscitar ou lavar a garganta com um gole de minduba. E de boca fechada, e o corpo em popuca, adquiriu um terrível vício, da quilofagia. E ficou com o rosto tão feio, que teve de viver a vida usando um bioco, para que as pessoas não achassem que ela estava o tempo todo fazendo careta.

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Traduzindo:

A moça do cabelo crespo passava os dias suplicando por um bagre grande pro almoço. Seu jeito franzino, deixava claro que há dias não comia nada. Sofria com mau hálito e ninguém com ela queria falar.
Para sobreviver passou a fazer qualquer tipo de serviço, mas nunca se dispôs a qualquer atividade impura. Era brasileira, moça de família, e estava limitada as suas expectativas e ao que a terra lhe oferecia.
Cansada de tanto trabalho excessivo e devido a seu gravíssimo mau hálito, só abria a boca para bocejar ou lavar a garganta com um gole de pinga. E de boca fechada, e o corpo frágil, adquiriu um terrível vício, de morder os lábios. E ficou com o rosto tão feio, que teve de viver usando um capuz, para que as pessoas não achassem que ela estava o tempo todo fazendo careta.


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Facilitando as coisas
(uma criança contando a historia)

A moça do cabelo toin-oi-oin queria pelo menos um peixinho pro almoço. Ela tava magrinha, não comia nada. E ainda por cima tinha um bafo de leão que não deixava ninguém falar com ela.
Pra ganhar dinheiro, fazia qualquer coisa, desde passar roupa até cuidar de criança, mas nunca fez safadeza não. Era moça direita e se contentava com pouco.
Trabalhava muito, e daí ficava muito muito muito cansada. E tinha o bafo fedido também... daí ela ficava com vergonha e não abria a boca pra nada. Só pra bocejar quando tava com sono, ou quando ia fazer o gargarejo de pinga pra ver se o bafinho sarava. Mas ela ficava com tanta vergonha que começou a morder os lábios. Mordia tanto, toda hora que começou a machucar tudo. FIcou feia! Teve que começar a viver todo dia com um capuz na cabeça pra que ninguem achasse que a cara feia dela era careta (risadas)
...foi isso que eu entendi né... (risadas)

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